sábado, 2 de julho de 2011

LETÔNIA - Gelo no mar!

Depois do passeio frustrado no Mar de Okhotsk há alguns anos (um dia postarei sobre essa viagem), nem eu nem minha dona esperávamos muito da travessia de Estocolmo a Riga. O plano era aproveitar as atrações do navio até dar sono, e dormir durante o resto da viagem. Ao amanhecer, tomaríamos café e desembarcaríamos para explorar Riga, a capital da Letônia.
E assim teria sido, se não tivesse dado tudo errado. As travessias noturnas dos ferries pelo Mar Báltico são famosas pelos restaurantes, bares, cassinos, baladas e lojas duty free. Durante o inverno e no meio da semana, porém, o único lugar animado é a seção de bebidas do duty free. Isso explica o bar vazio, ao mesmo tempo em que uma quantidade notável de embriagados passeia pela embarcação. Numa das idas e vindas pelos estreitos corredores, apareceu um bêbado no nosso caminho e minha dona, assustada, decidiu se trancar na cabine até o dia seguinte. Aí acabou o passeio: nada mais de bar, danceteria, compras, nem restaurante. Comemos os biscoitos que ela tinha levado, dentro da cabine mesmo.

O ferry Romantika, no qual ocupamos uma cabine no deck mais barato, é brega de morrer. Tapetes estampados, muito brilho, espelhos, cores berrantes e corrimões dourados...

Antes do café minha dona foi lá fora sentir o ar fresco da manhã: 19 graus negativos.
Depois ela veio me buscar para o desjejum. Eu estava mesmo precisando! Imagine só, jantar biscoitos! Doida, essa minha dona. Se um dia eu morrer de fome, a culpa vai ser dela.

Desembarcamos em Riga, a "cidade dos cabeções".
Não sei o que significam nem para que servem, mas eles estão por toda parte. Imagino que tenham sido os antigos habitantes da região. Em algum momento da história eles foram petrificados por algum fenômeno natural raro ou foram transformados em pedra por um inimigo mágico, que aproveitou para tirar-lhes os corpos para fazer tijolos. Não convenci? Tudo bem. Você pode acreditar que homens esculpiram essas cabeças, mas não reclame se sua vida é um tédio e o mundo é monótono.
Adorei a visita a Riga e voltaria feliz para comer a linguiça de sangue (tipo morcilla ou chouriço) de novo.
Também gostei das igrejas, das jóias de âmbar, das senhoras-urso (casacos de pele dão às pessoas aparência de ursinhos, é tão fofo!) e da facilidade de se virar lá só com cartão de débito/crédito. Não vi mendigos por lá, mas tenho certeza de que se houvesse algum, ele teria uma maquininha e aceitaria tanto Visa quanto Master.


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